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Se depender de mim, nunca ficarei plenamente maduro nem nas ideias,

nem no estilo, mas sempre verde, incompleto, experimental.


Tempo morto e outros tempos

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Minha aventura pelo HSPM - Parte 1

Esse post vai ser looooooongo...preparem-se.Como vocês sabem, ou se não sabem, ficarão sabendo, sou funcionária pública da prefeitura de São Paulo, portanto, sou funcionária pública municipal, e, assim sendo, posso usufruir dos serviços médicos prestados no Hospital do Servidor Público Municipal, o famoso HSPM. Ingressei, por concurso público, na Prefeitura de São Paulo, no ano de 2008, mais precisamente no dia 26 de agosto de 2008, dia do aniversário da minha filha mais velha. E desde então, como sempre tive convênio médico, primeiro de minha parte, pois lecionava na extinta Uniban e depois por parte de meu marido, que trabalhava em empresa privada, nunca utilizei os serviços médicos daquele hospital acima citado. Mas, hoje em dia, estou sem convênio médico e portanto, precisei utilizar-me dos serviços do HSPM.  E lá fui eu. Como vocês sabem também, engravidei, agora no meio desse ano e com três meses de gestação sofri um aborto espontâneo, algo que não desejo para mulher alguma, um processo muito doloroso, não fisicamente falando, somente, mas psicologicamente falando. E por causa desse aborto precisei utilizar os serviços do HSPM. Cheguei lá e fui fazer minha carteirinha, pois sem isso você não existe para o hospital. Ok, até que foi rápido e a moça que me atendeu foi super prestativa e atenciosa, me explicou exatamente como funcionava o hospital e o que eu deveria fazer e onde eu deveria ir. A primeira coisa que eu deveria fazer era ir dar entrada no PS, pois meu caso era de emergência, como era uma emergência ginecológica me enviaram para o quarto andar, onde existe o atendimento da clínica de ginecologia. Chegando ao quarto andar perguntei para umas três pessoas onde era o atendimento do PS  de ginecologia e ninguém sabia. Até que me informei com a moça que estava entregando exames, e algo engraçado até aconteceu, quando ela perguntou porque eu queria o PS de Ginecologia, eu respondi: sofri um aborto espontâneo. E a mulher olhou para minha barriga. Tipo, ela queria ver com sua visão de raio X se eu sofrera mesmo o aborto? E isso aconteceu mais umas duas vezes na minha aventura pelo HSPM. Pois bem, a moça me disse: emergência ginecológica é no oitavo andar. Fui para o elevador, e pedi: oitavo andar. A ascensorista disse: você teve bebê? Eu: Não, vou para a emergência ginecológica. Ela: Ah, então é o outro elevador que você vai pegar. Puta merda! Que outro elevador, cazzo? Ela: pergunta para o segurança. E lá fui eu perguntar para o segurança. E ele me indicou o caminho do outro elevador, os elevadores eram os B e C. E eu lá sabia que tinha letra pra elevador! Me poupem! É a primeira vez que venho nessa joça. Ufa. Ok. Cheguei no dito oitavo andar onde se atende emergência ginecológica. Eu já tava puta né? Pensa em você passando por todo esse sofrimento psicológico e ainda passar por essa andança dentro do hospital...Ahpapu! Vamos lá que a saga apenas começou. Cheguei lá e entreguei minha ficha e espera, espera, espera, espera milênios. Cara, você irá cansar muito de esperar, leva seu livro, sei lá eu o que, mas leva algo para você fazer, porque sua bunda ficará quadrada de tanto que você irá esperar. Eis que, depois de horas, meu lindo nome é chamado para a consulta. Ok de novo. O doutor é nigeriano. Até aí, beleza, sendo bom pode vir de onde vier, até ser um ET. Vai resolver o problema? Então tá valendo. Mas o porém é que....eu não entendia o que o cara falava, mano. O sotaque era muito estranho e ele falava baixo ainda por cima, pra ajudar...Enfim, entendi que ele queria me examinar. Fui tirar a parte de baixo das minhas roupas em um banheiro, vamos dizer, no mínimo, imundo, com insetos mortos por todo o lado. Ecate! Mas tudo bem. Você está em um hospital público mal cuidado. Devia ser melhor, mas não é. Fecha o olho, segura na mão de Deus, e VAI! Aí o médico: senta aí e coloca as pernas ali. Mulheres, vocês sabem, o que é aquela cama ginecológica. O fim dos tempos. Homens, vocês não têm ideia do que é aquela cadeira. Vexame total! Mas enfim...é nela que eu tive que subir. O cara foi educado, pedindo licença e explicando o que estava fazendo comigo: com licença, vou colocar o espéculo. Com licença, vou fazer um exame de toque...Ok, é o protocolo e acho que um pouco de educação, mas o que não diminui a péssima sensação, a dor e a vergonha. Depois de me examinar ele disse que eu teria que fazer uma nova ultrassonografia, pois já havia feito uma aqui em Guarulhos, para confirmar o aborto. Oi? Mas enfim. Espera...espera...espera...mais dois milênios. Ele até disse: Pode ir comer e voltar que a ultrassonografia só chamará à partir das 14h30. E aquela hora marcava 13h. Portanto, fui comer. Depois voltei ao dito oitavo andar e ...já haviam me chamado. Ahpapu de novo. Nem 14h30 eram. E a moça falou: hoje eles chamaram mais cedo. Me fala se isso tá certo ¬¬...beleza...ela disse, tudo bem, só esperar a enfermeira voltar e te chamar novamente. A enfermeira voltou e me chamou novamente. Descemos e espera espera espera...fiz a ultrassonografia...Espera um pouco que já já sai o laudo e você volta para o oitavo andar. Três pessoas dentro da sala, conversando e rindo. E eu ainda fui abrir minha boca e disse: o povo fica conversando e rindo e meu laudo sair nada, vai ver que perderam. Até que uma das pessoas que estava dentro da tal salinha vem até mim e diz: seu laudo saiu, pode subir. A enfermeira me levou pra cima novamente. Aí espera espera espera e o médico me chama novamente. Abre o envelope e...tchanãnãnã...Cadê o laudo?? Não estava dentro do envelope. Agora me diz: se a pessoa tá armada numa hora dessa, desce a bala no médico, cacete!!! Como eu não estava armada, voltei pra sala de espera e....espera...espera...espera....Eis que o médico me chama de novo e diz: Realmente, você está grávida, porém seu bebê está morto. E eu falando mentalmente: Ok, me conta uma novidade agora. E ele me contou: você terá que ficar internada e fazer uma curetagem. E eu: Hoje não posso, tenho uma filha de dois anos e preciso organizar minha vida. Posso voltar amanhã? Ele: pode, vou deixar avisado aqui. Amanhã você volta, passa no PS de novo (esse PS na verdade significa: Porta para o Sacrifício....só pode) e sobe aqui. A saga continua, no próximo post.....continuem lendo para saberem como terminou....=)

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