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Se depender de mim, nunca ficarei plenamente maduro nem nas ideias,

nem no estilo, mas sempre verde, incompleto, experimental.


Tempo morto e outros tempos

quinta-feira, 30 de julho de 2015

A luz e a questão da diversidade

Um dia fui apresentada ao clipe da Banda HollySiz, com a música The Light (abaixo seguirão links para a letra e tradução da música, que é, simplesmente, bárbara) e como vocês sabem, ou não, sou Coordenadora Pedagógica em uma escola municipal de ensino fundamental e, portanto, sou responsável por, junto com os professores, elaborar e desenvolver o PEA - Projeto Especial de Ação. Neste ano de 2015 o tema do nosso PEA é O Currículo na Perspectiva da Diversidade/Diferença, ou seja, nós fazemos leitura, nos apropriamos, discutimos textos, artigos, livros, filmes, música, e o que mais vier, sobre os temas da diversidade, sobre a questão do negro, da mulher, dos deficientes, das minorias no geral, sobre a sexualidade, homossexualidade, transsexualidade, bissexualidade e tudo o mais que gire em torno da temática da diferença. E mais, além de fazermos essas discussões, planejamos ações, projetos, a serem desenvolvidos com os nossos alunos do ensino fundamental, contemplando todos os ciclos e a modalidade da EJA - Educação de Jovens e Adultos. Depois que fui apresentada a esse vídeo, que não assisto sem derramar uns mil litros de lágrimas, socializei-o com meus professores em uma reunião de replanejamento que tivemos no retorno, pós mini recesso, ao segundo semestre. E após passar o vídeo perguntei aos professores se alguém queria comentar algo, ficou um silêncio espectral, não sei se não gostaram ou não, mas enfim...só sei que os professores ficaram sem palavras. O primeiro texto que lemos esse ano foi o da capa da Revista Nova Escola Precisamos falar sobre Romeo, o qual vocês encontram aqui, neste link: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/educacao-sexual-precisamos-falar-romeo-834861.shtml?page=3 e que teve uma excelente repercussão junto aos professores. A questão da homossexualidade, ou melhor, da sexualidade, não é um tema fácil de se trabalhar e tratar e conversar. Porém, ou eu sou uma pessoa muito evoluída ou não sou desse planeta, pois pra mim, fere em nada se um aluno meu quisesse vir para a aula de vestido. O que vocês acham? Eu sou adepta da felicidade, sem restrição. O menino é feliz assim? Deixa ele ser feliz!!! Depois que lemos esse texto e que tive contato com esse vídeo, ligamos as coisas e temos muito mais repertório, hoje, para discutirmos essas questões e planejarmos ações para serem trabalhadas com nossos alunos. Agora, deixo o vídeo para vocês assistirem e comentarem, por favor. Isso será importante para nosso projeto! Os professores irão gostar! E nossos alunos também.
Links relacionados:
Site oficial da Banda: www.hollysiz.com
Facebook da Banda: https://www.facebook.com/HollySiz
The Light (letra e tradução): http://letras.mus.br/hollisiz/the-light/traducao.html

Façam bom proveito!

sábado, 25 de julho de 2015

Mudanças de planos, mudanças de sonhos, mudanças de tudo, inclusive de concepções



O que é o aborto? O aborto é a interrupção de uma gravidez, segundo o site http://www.aborto.com/tipos%20de%20aborto.htm. É a expulsão de um embrião ou de um feto antes do final do seu desenvolvimento e viabilidade em condições extrauterinas. O aborto pode ser espontâneo ou induzido. São várias as causas e os motivos que podem levar a que uma gravidez seja interrompida, quer espontaneamente, quer por indução. Ok, um tema pesado esse, mas que é mais comum de ocorrer do que se imagina. Nunca pensei que fosse assim tão comum e nunca imaginei passar por isso um dia. Depois que acontece contigo é que você começa a entrar em contato com algo que não tinha a menor ideia e descobre pessoas de seu convívio que você nem imaginava que já haviam passado por isso um dia, mas elas passaram e melhor, sobreviveram, e continuam, e tiveram outras gestações que foram a termo.
O tema em si é pesado, mas passar por tudo isso e ficar bem é muito mais difícil. Pois, como me disseram, a partir do momento que a mulher sabe que está gerando um filho, sua vida fica plena, ela se sente saudável, poderosa, afinal ela está gerando uma vida dentro dela, ela tem todo o aporte necessário para isso e ela o está fazendo, portanto, ela se sente uma super heroína. E eis que ela vai ao médico investigar se está tudo bem com seu bebê, e eis que ela vai fazer um ultrassom  e vê seu bebê, mas na hora da captação dos batimentos cardíacos, nada! Vocês imaginam qual a sensação disso? Não? É a pior possível. Não tem como dizer, descrever ou tentar explicar. É uma dor incomensurável. E eis que você está sozinha, fica na recepção esperando o médico que realizou seu ultrassom te entregar o resultado e o seu 3G do celular está péssimo, você não consegue nem compartilhar aquilo com ninguém. A pior sensação que já tive na vida, sério. Impotência. Diante da vida, diante da morte. Como eu, atualmente, sou seguidora, e tento estudar um pouco da Doutrina Espirita, eu sei que um fato como esse pode ter N significados. Mas sei também que nada é sem propósito. Que seja um resgate, para mim ou para o bebê. Não sei. Só sei que Deus sabe o que faz. E para quem assistiu ao filme As mães de Chico Xavier (http://www.adorocinema.com/filmes/filme-202582/) deve se lembrar que a mãe desesperava-se com a morte de seu filho enquanto andava de bicicleta sob a supervisão da babá. Ela não perdoava a babá, pois dizia que tinha sido culpa dela a morte do filho. E eis que em busca de ajuda ela ouve: Você não acha que Deus permitiu que ele morresse sob os olhares de outra pessoa pois você não seria capaz de suportar a dor ao ver seu filho morrendo? Então, desejo pensar assim: melhor meu bebezinho ter morrido com meses de gestação, do que vir a termo e nascer com alguma deficiência que o tornaria um ser vegetando, ou que nascesse em poucos dias ou horas e morresse, ou que eu sofresse um aborto espontâneo com mais meses de gestação, com quarto montado, roupas compradas e tudo o mais que se faz, ou compra, quando se está esperando um bebê.  E como eu creio que tudo na vida é aprendizado. Isso também tem sido um aprendizado para mim. Primeiro, aprendi que o aborto espontâneo é mais comum de ocorrer do que eu imaginava. Meu médico disse que 30% das gestações tornam-se abortos espontâneos, muitas vezes, as mulheres nem fazem o teste de gravidez, elas tem um atraso de um mês, no outro mês a menstruação vem e a vida continua mas, geralmente, é uma gestação abortada. E descubro também que os amigos e a família nessas horas são muito importantes. Se eu não tivesse conversado com as pessoas, falado, trazido à tona o que eu estava passando, provavelmente eu estaria bem pior, psicologicamente falando. A palavra conforta! E como! E você saber que há pessoas que estão lá, e que você tem a certeza que se disser: preciso de ajuda! Elas virão ao teu encontro e te salvarão. Eu não sei o que seria de mim sem amigos e sem família. Acho que não existiria. E chorar. Chorei muito. Chorei um dia inteiro. Desde a hora que peguei o resultado do ultrassom, cheguei no meu carro, abri o exame e vi as palavras sinistras: Gestação Interrompida. Eu não parei mais de chorar. Chorei chegando em casa, chorei assistindo tv, chorei falando com as pessoas, chorei ao ver mulheres grávidas, chorei ao ver bebês, chorei. Simples assim, permiti-me isso!! E fez bem. Um bem danado! E após ir ao médico, com o resultado daquele exame, eu espero a natureza completar sua ação. Sim, essa foi a indicação que recebi do médico, a melhor opção diante do tamanho diminuto do feto. Esperar o meu organismo expelir o que sobrou do corpinho do meu bebê, que não está mais lá, ele é agora um anjinho no outro mundo. Olhando por mim e minha família. Tenho certeza que minha Thaís está melhor onde está. E que ela me trouxe lições e crescimento e evolução espiritual. Por que minha Thaís? Pois eu havia sonhado com uma menininha chamada Thaís, antes de descobrir que estava grávida. Teve gente que meio que me recriminou por eu ter optado por esperar a natureza completar sua ação. Mas porque optei por esperar, pois o médico me disse, é o método mais natural e menos agressivo ao seu organismo e depois você segue sua vida normalmente, inclusive podendo gerar outros filhos normalmente. Claro que há um prazo. Uma semana. Se nesse prazo nada acontecer, há que se intervir cirurgicamente e realizar uma curetagem (http://guiadobebe.uol.com.br/o-que-e-curetagem-e-em-quanto-depois-a-mulher-pode-engravidar/). E enquanto essa semana, que é a mais difícil da minha vida. não passa, eu peço, respeitem minha dor! Não é de bom tom ficar perguntando: você já expeliu o seu bebê? Isso é muito tosco. Não conte de ninguém que morreu após ter sofrido um aborto espontâneo. Sei que é preocupação e alerta, mas tem hora pra tudo, minha gente. Agora é a hora de eu encarar novamente a vida sem a minha gestação e acho que para isso preciso de respeito e paz. Se eu disser: vamos falar sobre isso. Ok, vamos falar. Se eu não falar nada. Não pergunte, não comente. Traga seu carinho e sua ajuda. Só isso que é importante agora, eu me cercar de pessoas que querem o meu bem. Se conhece alguém que tenha passado por isso, ou que esteja passando, por favor, leia esse post e leve à pessoa somente coisas boas e energias positivas. Eu, por exemplo, contei muito com a força de uma amiga que já passou por isso não uma, mas duas vezes, e que me deixou muito tranquila quanto isso. Agradeço imensamente.  No mais, é vida que segue. E se for desejo de Deus, outros bebês virão, saudáveis.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

E novamente me sinto plena

Estava eu aqui pensando, esses dias, que tinha que alimentar meu blog. Coitadinho! Hoje acessando-o vi que a última postagem foi feita em fevereiro, sobre os bebês de 8 meses. Sendo que eu estava fazendo essas postagens seguindo a cronologia de desenvolvimento da minha bebê Elena. E hoje ela já está com 1 ano e 11 meses!! Ou seja, estou meio atrasada com as postagens, mas é que a correria do dia a dia nos consome. Sei que não devíamos deixar isso acontecer, porém, acontece, em muitas das vezes. Porém, voltei aqui e cá estou. Para falar novamente, meus caros leitores, de gestação. Pois é, eu e meu marido descobrimos, nesta semana, que vem mais um membro para o clã! E o que todos dizem, quando conto que estou grávida novamente? Tomara que agora seja um menino. Mas já me adianto a vocês: sonhei com uma menininha e chamada Thaís. Ou seja, acho que para desgosto das expectativas alheias, será outra menina. Contudo, voltando ao início. Por que estou aqui escrevendo? Só para constatar que estou em atraso com meus leitores? Não! Vim aqui para filosofar um pouco e devanear, talvez, e dizer algumas coisas que vieram à minha mente esses dias, em que estou me acostumando à ideia de nova gravidez, agora que doei tudo que tinha de roupinha, carrinho, banheira, chiqueirinho, pois acreditava que não mais engravidaria. Eu, em toda minha existência, que reside em minhas lembranças, sempre fui uma pessoa que gosta de planejar, não gosta muuuito de mudanças repentinas, mas que porém não planejou muitas coisas na vida. Elas, simplesmente, aconteceram e foram acontecendo e eu fui vivendo e absorvendo o que vinha para mim, por ordem divina, destino, sei lá, mas eu aceitava o que me acontecia, e tentava lidar com a situação das melhores maneiras possíveis, no meu entender, se de repente eu contar uma situação e dizer como agi, haverá milhares de opiniões concordando ou discordando de mim, mas...a vida é isso...e eis que aqui estou com 42 anos e grávida novamente. Desde que tive minha primeira filha e me separei do pai dela, quando ela tinha 8 anos eu digo que só engravidaria novamente antes dos 40 e se virem a postagem que fiz quando engravidei da Elena podem constatar isso, eu soube da gravidez da Elena no dia 15 de dezembro de 2012, ano em que, em 16 de dezembro, eu completaria 40 anos, ou seja, minha expectativa foi contemplada, antes dos 40 engravidei. Quando estudei Educação Inclusiva, e lecionei sobre essas disciplinas, minhas alunas diziam que nunca mais engravidariam, pois sabe-se dos riscos de se engravidar com uma idade tardia, pois a mulher nasce com todos os óvulos que ela eliminará ou utilizará durante sua vida, portanto, se eu tenho 42 anos, meus óvulos também tem essa mesma idade, e como sabemos o corpo humano é uma máquina, mas uma máquina que tem desgastes, como todo ser vivo, nascemos, nos desenvolvemos e morremos....é a ordem natural das coisas....Eu creio que com meu estado de saúde bom e com as novas tecnologias minha gestação tem tudo para ser um sucesso, mas hei de confessar: dá medo. Muito medo! De tudo! Da nova vida que vem por aí, de ter que adquirir tudo de novo, de ficar de madrugada acordada, de meu bebê nascer saudável, se desenvolver saudável, da reação da Elena, enfim...de tudo, mas espero superar tudo, como sempre superei o que veio a mim, durante minha vida. E conto com o apoio de todos, minha família e meus amigos.