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Se depender de mim, nunca ficarei plenamente maduro nem nas ideias,

nem no estilo, mas sempre verde, incompleto, experimental.


Tempo morto e outros tempos

domingo, 16 de dezembro de 2012

Dizem que...

...a vida começa aos quarenta! Será? Se for então estou dentro....Vou com tudo, como sempre fiz em minha breve existência nessa vida. Me lembro, sempre, como uma pessoa relativamente calma, que não se envolve em muitas discussões, que paga qualquer coisa para não entrar em brigas ou qualquer coisa muito fora de uma ordem, vamos por assim dizer. Nunca fui de planejar. Fui morar no interior, conheci o pai da minha filha, casei, engravidei, fui mãe. Voltei, descasei. Fiquei solteira, namorei, noivei, mudei de cidade, voltei pra São Paulo, novamente. Fui trabalhar, estudei, cursei, organizei, mudei de emprego, mudei de cargo, fui feliz, fui triste, sorri, chorei. Levei minha irmãs para a maternidade, para terem seus filhos. Vi minha filha crescer. Corri, andei, malhei, fiz dieta, desfiz toda a dieta. Limpei a casa, deixei ela bagunçada, pelo simples prazer de dizer: moro sozinha e POSSO deixar a casa bagunçada, pois ninguém irá reclamar. Assisti filme, novela, li livros. Fiz amigos, muitos deles, colegas, talvez, alguns ficaram, outros foram, outros continuam até hoje depois de um longo e tenebroso inverno. Vi minha filha crescer, hoje ela tem a idade com a qual fiquei grávida dela. Comi rondelli, enjoei. Tive minha filha, minha primeira filha. Descasei. Minha mãe, antes de eu descasar, perguntou: Não vai ter mais filhos? Eu disse, meio que profetizando: Só se for com outro homem. Vivi sozinha, namorei muito, beijei muitas pessoas, chorei com amigos, saí com amigos, fui pra danceteria, boteco, barzinho, PUB. Comi, muito também. Amo comer, me dá um prazer enorme. Experimentei comidas, bebidas, lugares, sons, sentidos e sentimentos e sensações. Experimentei a vida, coloquei mais pimenta, outras horas mais sal, e em outras tantas bem mais açúcar, pois a vida não é fácil de ser vivida. Mas quem disse que seria? Chorei, sorri, me contive sozinha, engolindo um choro para ninguém me ouvir. Contei com amigos, pai, mãe, irmãs. Irmãs de sangue e irmãs de vida. Aquietei, voltei à ativa. Saí de São Paulo, fui pra Guarulhos, voltei pra São Paulo e agora, voltei pra Guarulhos. Meus pais envelheceram, minha filha cresceu, meus sobrinhos nasceram, meus sobrinhos cresceram, minhas irmãs casaram. Eu casei! Casei, novamente, com 38 anos, 13 dias antes de completar 39 anos, 13 é um número cabalístico, dizem....Casei e disse que só teria outro filho se o fizesse antes dos 40 anos e agora, neste ano, quase 13 dias depois de completar 1 ano de casada, um dia antes de completar 40 me descubro plena de vida. Acredito que a vida comece sim aos quarenta. Pois agora posso fazer tudo isso que sempre fiz, que sempre quis, com muito mais maturidade e experiência, É isso que é começar a vida novamente, fazer o que se quer fazer, com muito mais maturidade e sabedoria. Sou sábia sim, mas uma ignorante ainda diante de tudo que a vida vai me proporcionar para eu sorver, absorver, engolir, deglutir, comer, morder, lamber, gostar, desgostar, amar, odiar, revelar e dizer: A VIDA SEMPRE VALE A PENA SER VIVIDA!! E que venham mais 40 anos!!

Um ano de felicidade!

Nos últimos dias 26 de novembro e 03 de dezembro comemorei 1 ano de casamento, no civil e religioso, respectivamente. Desse um ano já posso fazer uma análise. O que, realmente, posso tirar de conclusão é que vale muito a pena estar casada. Farei, em breve, uma postagem sobre meus 40 anos de vida e lá direi que o que eu fiz nessa vida, até aqui, foi curtir. E quando chegou a hora eu aquietei. Aquietei no sentido de ter uma vida mais estável, com uma pessoa que amo e com a qual construirei a minha família. Até encontrar o Davi eu vivia sozinha. Após o casamento de 8 anos que tive com o pai da minha filha eu, realmente, aproveitei a vida, com tudo que ela teve a me oferecer. Me tornei profissional, comecei a bancar minha vida, comprei carro, casa, vendi carro, casa, comprei tudo de novo....Baladei, viajei, curti meus amigos e minha família, chorei, briguei, sorri. E eis que um dia de julho essa pessoa especial adentra minha vida de forma arrebatadora, e em seis meses estávamos casados e muito felizes. Foi só alegria nesse tempo todo? Não, obviamente que não. Não creio que exista alguém, nessa vida, que possa dizer que sua vida foi TOTALMENTE perfeita. Claro que não é, senão não aprenderíamos nada com ela. Claro que tem momentos ruins que nos fazem rever nossos conceitos e tocarmos em frente, sermos mais fortes, amadurecidos e, em contrapartida, possivelmente mais felizes. Só sei que desse um ano de casada o saldo é totalmente positivo, estamos caminhando juntos para a realização dos nossos desejos e sonhos.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Hoje, 15 de outubro, é comemorado o Dia do Professor. Sou professora desde sempre. Iniciei minha vida profissional lecionando para crianças de pré-escola em uma escola particular na zona norte de São Paulo, que nem existe mais, e se chamava Nosso Ninho. Foi um grande aprendizado que tive com aquelas crianças. Após esse pequeno tempo que fiquei lecionando para crianças fui contratada por uma faculdade e aí começou a se realizar meu grande sonho de lecionar para adultos, em cursos de formação de professores. Comecei lecionando a disciplina de Didática para alunas do curso de Pedagogia e desde então (2001) até o ano passado não deixei de lecionar um dia sequer e sinto que minha realização total se dá em uma sala de aula. Hoje não leciono mais em cursos de formação de professores, mas ainda leciono para professores, como Coordenadora Pedagógica, nos horários coletivos de estudo. E hoje, como é o Dia do Professor, eu escrevi uma singela mensagem que compartilhei com meus familiares, professores atuais e com quem já trabalhei, e com meus ex-alunos que hoje são professores ou não, mas que fizeram um curso de licenciatura um dia.
Essa foi a mensagem:

Muitos já falaram, poetizaram, discursaram, poemizaram sobre o professor, o ser professor, Cora Coralina, Drummond, Freire, Piajet, Confúcio e tantos outros. Professor é professar, professar significa declarar; reconhecer publicamente; confessar, preconizar, ter a convicção de...enfim...ensinar. É isso que o professor faz: ENSINA da melhor maneira possível. Todos se acham professores. Mas nós fomos formados para isso e temos que nos valorizar quanto profissionais da Educação. Sim, estamos desvalorizados, mas muito por culpa de nós mesmos que não acreditamos mais em nossa profissão. Hoje desejo a todos que professam: UM SÁBIO DIA DOS PROFESSORES! 

Desejo a todos meus professores, meus amigos professores, os professores que trabalham comigo, os que trabalharam comigo, os familiares professores e todos os professores que conheço ou que lerem esse blog UM FELIZ TODOS OS DIAS DOS PROFESSORES!

domingo, 30 de setembro de 2012

Um sonho começando a se realizar...

Tudo vale a pena se a alma não é pequena já disse o grandioso Fernando Pessoa. Essa máxima vale muito em todos os aspectos de minha vida. Para quem não sabe sou Coordenadora Pedagógica em uma escola pública municipal na cidade de São Paulo. Para quem, também, não sabe o Coordenador Pedagógico é o responsável por toda a parte pedagógica de uma escola, pela formação dos professores, para que estes tenham excelente desempenho em sala de aula para fazer com que os alunos, que nem sempre querem, aprendam, da melhor forma possível. Desde que iniciei neste cargo, após concurso público, trabalhei em escolas com baixos índices de aprendizagem dos alunos em provas oficiais. Foram duas escolas, ditas prioritárias, ou seja, como já disse, escolas com baixos índices nas provas oficiais e no IDEB. São escolas que têm grandes dificuldades. A escola em que trabalho hoje em dia fica na Zona Norte de São Paulo, ao lado de um projeto Singapura, que quem não se lembra, é um projeto de urbanização de favelas iniciado no governo Maluf. Um dos alunos da escola chegou a ganhar um prêmio nacional, nas Olimpíadas de Língua Portuguesa por ter escrito, com base na música Saudosa Maloca dos Demônios da Garoa, um poema sobre como foi o processo de urbanização da favela que hoje é um Singapura. Neste caso a favela foi urbanizada e foram trazidos para morar nos apartamentos, não necessariamente as pessoas que moravam na favela mas sim pessoas de outros bairros, sem teto. Alguns alunos, portanto, têm como herança o não reconhecimento do bairro como seu, pois não era deles inicialmente. Não há além disso uma identificação com a escola. Muitos alunos, é sabido, não veem a escola como espaço para aprendizagem formal, cultural que lhes trará algum benefício. Por esse motivo é muito difícil dar uma educação de qualidade para esses alunos que não valorizam a escola como espaço de aprendizagem e nem o trabalho dos professores como facilitadores de suas aprendizagens.
Eu acredito na educação como promoção social, ou seja, por meio da educação a pessoa tem acesso a âmbitos que não seria possível sem ela. Mas acredito também na escola como espaço de aprendizagem lúdica, funcional, prazerosa, útil. No ano de 2010, criei um espaço de formação para alunos de oitava série na escola em que eu trabalhava. Às sextas-feiras, após a aula, os alunos ficavam por mais uma hora comigo, aprendendo sobre profissões, currículos, habilidades para um futuro profissional. O projeto culminou com a apresentação de diversos profissionais que foram lá, para falar com os alunos, e dar a eles uma demonstração do caminho percorrido para chegarem a ser os profissionais bem sucedidos que são. Foi muito bom, houve um reconhecimento por parte dos alunos muito significativo, diferentemente do reconhecimento por parte da direção que foi quase nulo, mas isso é assunto para outra postagem. Hoje, na escola em que atuo, tenho o mesmo cenário que tinha na escola onde eu trabalhava no ano de 2010. É uma escola que fica em um bairro muito carente da cidade de São Paulo, um bairro de fronteira com a cidade de Guarulhos. Com baixos índices de aprendizagem e com alunos ávidos por fazerem, trabalharem, produzirem, mas do jeito deles, obviamente, o que não implica em ficar 5 horas sentados em uma sala de aula prestando atenção em um professor falando na frente da lousa. Neste segundo semestre do ano de 2012 eu e os professores participantes do horário coletivo decidimos trabalhar o tema lixo e reciclagem com os alunos nas aulas de Ciências, Arte e Língua Portuguesa. Para tanto assistimos ao maravilhoso filme O lixo extraordinário que conta a história do trabalho realizado pelo artista plástico brasileiro Vik Muniz em um lixão do Rio de Janeiro, o lixão de Gramacho, que foi fechado neste ano de 2012. Como temos vários alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos) que trabalham na cooperativa de reciclagem que fica em frente à escola, decidimos que este tema seria muito interessante ser trabalhado pelos alunos e professores. O professor de Arte disse que já pensara em trabalhar o tema, mas relacionado à moda, e que culminaria em um desfile na escola com os alunos vestindo roupas customizadas e recicladas. Casamento perfeito. Comecem os trabalhos! A professora de Ciências produziu, junto com os alunos, várias peças de bijuterias e decoração com os alunos a partir de revista e jornal. Enquanto o professor de Arte produzia roupas customizadas e recicladas com os alunos das séries do Ensino Fundamental II e da EJA. Enquanto as professoras de Língua Portuguesa trabalhavam textos, poemas e prosas que tinham como tema o lixo. Foi grandioso o trabalho de um bimestre inteiro. Agosto e setembro foi dedicado ao lixo na escola! E o resultado disso tudo aconteceu no último dia 27 de setembro, durante todo o dia, todos os alunos e professores bem como funcionários e equipe técnica fizeram com que o sonho começasse a se realizar. Foi realizado neste dia o Frei Fashion Week. Acredito que esse foi o primeiro passo para a melhora da escola, da auto-estima dos alunos e professores, bem como o reconhecimento de que um trabalho de equipe concatenado e interligado faz toda a diferença. O evento foi classificado como perfeito! Todos os alunos colaboraram e se organizaram, não fazendo feio, pelo contrário fazendo muito bonito. Abrilhantando ainda mais todo o trabalho que foi feito antes do evento acontecer. Obrigada aos professores, alunos e equipe! A realização do sonho de tornar o Frei uma escola melhor deu seu primeiro passo de muitos outros que virão. Com sucesso absoluto!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Casei!

Meus caros leitores, sei que mais uma vez, como não podia deixar de ser, eu demorei demais para fazer uma postagem, mas foi por boas causas, podem ter certeza. 
Uma das causas, obviamente, foi a falta de tempo. O ano de 2011 foi intenso e corrido para mim, trabalhando em dois empregos, como sempre fiz, e tendo realizado mudanças radicais a partir de julho. Até o meio do ano meu 2011 foi normal, foi corrido, mas eu ia de casa para o trabalho e do trabalho para casa, de vez em quando saía com amigos ou família e ia vivendo minha vidinha pacata. Eis que próximo às minhas férias de meio de ano eu encontro uma pessoa, que tinha no meu msn, sendo que não lembro como o adicionei e nem ele lembra como me adicionou, mas enfim, começamos a conversar, trocamos números de telefones, e uma bela tarde de julho, essa pessoa me liga dizendo: E aí, moça bonita? Tudo bem? Foi o início de sms intermináveis e também de conversas no msn, quando os dois estavam online, pois ele é uma pessoa do dia e eu uma pessoa da noite...rs...E assim foi, conversa vai, conversa vem, combinamos, já que eu estava em férias, de nos encontrarmos e nos conhecermos ao vivo e em cores. Combinamos de irmos a um shopping, claro, eu moça indefesa, tinha que encontrar o moço em local público e cheio de gente. Nos encontramos numa livraria: boa pedida, não? Eu amo ler, e ele queria comprar um livro do Saramago, eu sou apaixonada por Saramago. Perfeito!! Eu cheguei antes e lhe fiz uma surpresa, comprei o livro que ele queria para marcar o momento. Depois que nos vimos, aliás a reação que tive quando o vi foi: Eu já te vi em algum lugar, eu te conheço! Fomos para a praça de alimentação, que ninguém é de ferro! Comemos e bebemos e fomos andar, conversamos bastante, nos identificamos, como já havíamos nos identificado nos sms e nas conversas via telefone e msn. Fomos tomar café, uma das coisas que amamos e nos identificamos. Rolaram beijos e mãos dadas. Como ele iria para o metrô e eu estava de carro, falei que o levava até uma estação do metrô. Ficamos um pouco dentro do carro, conversamos e nos beijamos mais. Fomos embora, no caminho conversamos mais e chegada a estação de metrô mais próxima, da linha azul, ele desceu, fiquei com saudades. Depois de passado um tempo juntos, indo e vindo, ele vindo para São Paulo, eu indo para Guarulhos. Um belo dia, fui para Guarulhos e disse para ele: Você não quer ficar uns dias em casa? Ele pensou um pouco, voltou para a casa, pegou algumas roupas e fomos. Começamos a morar juntos. E conversando e trabalhando e comprando coisas juntos. Decidimos casar. Quando anunciei isso às minhas amigas, dizendo que iria casar em dezembro, elas pensaram que seria de 2012, mas não, resolvemos nos casar neste ano de 2011 mesmo. Começou a correria. Falar com meus pais, pedir minha mão em casamento, como manda o figurino. E ir atrás de tudo que sonhei para meu casamento. Foi um casamento mega reservado, somente para pessoas especiais, pena que alguma pessoas não puderam participar desse momento, pois foi único e lindo. Corrida atrás de Buffet, vestido, fotógrafo. Graças a Deus tenho amigos e bons amigos que me indicam bons profissionais. Uma grata surpresa foi procurar pelos bem-casados e achar uma colega de colegial que hoje é designer de bolos e que fez o bolo e os bem-casados do meu casamento, que por sinal estavam divinos. E eis que 2012 estou casada. Senhora Ana Cristina Vanícola Oliveira.