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Se depender de mim, nunca ficarei plenamente maduro nem nas ideias,

nem no estilo, mas sempre verde, incompleto, experimental.


Tempo morto e outros tempos

domingo, 7 de novembro de 2010

Se cada um fizesse sua parte

Na semana passada estava eu online no msn, conversando com meus amigos quando fica online um aluno da escola onde trabalho: o João. Já o citei em outros posts. Conversávamos sobre coisas cotidianas quando em determinado momento da conversa ele disse que faria algum mal a alguém, ou algo assim, não me lembro exatamente, e seguiu-se o seguinte diálogo:
João diz: Eu não faço mal para quem me ajuda.
Eu digo:Que bom, sempre tentei te ajudar né?
João diz: Você tentou não, conseguiu. Não sou mais o mesmo de antigamente.
Eu digo: Mudou como?
João diz: Mudei várias coisas em mim, parei de falar tantas gírias, estou mais calmo. Antes olhavam para mim eu já queria tirar satisfação, hoje não, hoje estou tranquilo. Você não percebeu mas entrou na minha mente depois que saí da escola. Falando todas aquelas coisas: tem que se esforçar, você não pode ser assim. Ah, sei lá de um jeito ou de outro você entrou na minha mente, na minha e na do Martins.
Eu digo: Então se cuida, meu querido. Obrigada por tudo que disse, de verdade.
João diz: Ah, não foi nada, aprendi com a melhor, Ana.
Depois desse diálogo nem precisava mais continuar com o texto, acredito eu. Mas eu continuo, comentando o porque do título e da foto que ilustra esse post. O título me ocorreu pois eu percebi que eu, depois de dois anos na escola, e de um ano lidando diretamente com os alunos da oitava série, consegui fazer alguma diferença na vida ou no modo de ser de um aluno, certamente, o João, e talvez de mais um, o Martins. Sinceramente, eu havia me desiludido com eles, achei que tinha gasto meu latim à toa, que havia, como dizem, jogado pérolas aos porcos. Mas não, pelo que João falou, eu fiz alguma diferença na vida dele. E se mais pessoas fizessem o mesmo por alguém, o mundo seria bem melhor de se viver.Quando ele leu o post abaixo ele disse: pode ter certeza, que quando você morrer, se eu receber a notícia, vou lá ajudar a carregar o seu caixão. É algo tão singelo, mas para o João, que era um garoto totalmente perturbado, bagunceiro, briguento, dizer umas palavras dessas já é uma mudança radical de postura de vida. Por que coloquei a foto de uma cena do filme Sociedade dos Poetas Mortos. Este filme fala sobre a relação de um professor contestador em uma escola extremamente tradicional. Nesta cena ele pedia para os alunos irem à frente da classe e proclamarem alguns versos, o aluno em questão, muito tímido, com medo de errar, por infinitas repreensões vividas ao longo de sua vida escolar, não consegue proclamar nada com sentimento, com alma. O professor insiste e ao seu lado o faz perceber que ele é capaz, que ele pode exprimir seus sentimentos, que não há certo ou errado, que o que vale é o que ele pensa. Pesquisando sobre o filme, para achar a imagem, deparei-me com o seguinte link: http://macondo67.wordpress.com/2009/05/25/sociedade-dos-poetas-mortos-1989/ e lá está escrito: Filme de grande apelo emocional, Sociedade dos Poetas Mortos tem uma mensagem muito clara: é preciso pensar a partir de nossas próprias reflexões (...) é uma obra que quer mostrar o quanto é necessário sair dos moldes estabelecidos para ter idéias originais e se tornar livre também. No entanto essa liberdade tem preço, e a responsabilidade talvez, possa ser uma das chaves para o sucesso do carpe diem. Enfim, assistir esse filme é uma questão de ganhar muito em cultura e lição de vida. 
Sendo assim, seguindo esta linha de raciocínio, acredito eu ter feito o João pensar nas responsabilidades da sua vida e talvez lhe tenha transmitido uma lição de vida.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

As amizades e as pessoas de minha vida...

É engraçado como a dinâmica da vida acontece, né? A gente acha que comanda alguma coisa, que estamos no controle, mas não estamos, absolutamente. Como disse na postagem anterior, esses dias de reclusão e resolução de problemas, têm me feito pensar muito nas coisas do cotidiano da vida, de um modo geral, com relação a coisas que acontecem no cotidiano da sociedade, da cidade, do bairro, do país, e também pensar nas coisas cotidianas da minha vida particular. Em pessoas, pensar também em pessoas, pessoas da minha vida. Conversava com um amigo meu esses dias e ele tinha uma frase no msn que dizia que ele estava "fazendo uma limpeza no msn e orkut". Ele disse que no msn dele havia 380 contatos, e que ele tinha conseguido baixar esse número para 320 contatos. Bom, ele usou o termo correto: contatos, pois não podem ser todos amigos. Eu sei que eu tenho amigos suficientes para carregar meu caixão no dia do meu sepultamento, já estou feliz, pois eu sei que na última hora eles estarão comigo e ainda dá pra fazer revezamento, pois eu sei que hoje, claro que daqui a alguns anos posso não ter mais esses amigos, ou na data da minha morte eu possa não os ter mais, mas se eu morresse hoje daria até para fazer um revezamento no carregamento do meu caixão, pois tenho mais que 4 bons amigos, amigos de verdade, para todas as horas. Mas esta postagem começou pois lembrei de uma pessoa, que voltou a ser presente na minha vida, um grande amigo, uma pessoa também especial, voltamos a nos falar e agora nos falamos quase todos os dias. Lembrando dele eu pensei numa frase do Charles Chaplin: Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, é porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra! Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha e não nos deixa só porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós. Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova de que as pessoas não se encontram por acaso. Essa pessoa que conheci há anos, e que voltei a conversar levou alguma coisa de mim, deixou alguma coisa dele, tanto que mesmo com a distância espacial e temporal voltamos a nos comunicar, voltamos a trocar ideias e conversarmos e retomamos a amizade que nunca deixou de existir mas que estava meio que em stand by, vamos por assim dizer, mas que é verdadeira pois retornou e eu só posso ficar feliz com isso!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Recuperação II

No dia 14 de outubro fui ao médico, ele me examinou, tirou fotos do meu olho e disse, mais uma vez, que a cirurgia foi um sucesso e que meu olho está perfeito. Fez o teste de visão e disse que eu estou enxergando melhor do que muitas pessoas com o olho normal. Uhuuu...Fiquei muito feliz. Ele disse que agora posso ir voltando à rotina normal devagar, sem exageros, sem pegar peso, isso eu acho que eternamente não poderei fazer, pois ele disse que o olho, quando aberto, fecha por si só, mas que a cicatriz não fica tão resistente, claro que eles abrem de uma maneira que não saia nada de dentro para fora, mas que tudo é possível em se tratando de olho, que a cicatriz pode sim se romper. Ou seja, tenho que tomar mais cuidados de hoje em diante. Ele disse que nunca mais poderei: lutar boxe, nem fazer muai thai, nem lutar jiu jitsu...como se eu fizesse tais esportes...uaahaha...Enfim, posso fazer uma caminhada leve por enquanto. Nada de atividades físicas, só a caminhada leve mesmo, mas que já posso fazer serviço de casa, cozinhar, abaixar a cabeça, mas não exagerar, pois é melhor esperar dar o prazo de um mês para a verificação novamente. E agora eu aguardo a data da próxima cirurgia, depois da qual começo a rotina de colírios, repouso absoluto, nada de dormir do lado da cirurgia novamente, nada de abaixar a cabeça ou pegar peso, novamente. Ah, eu já posso dormir do lado da cirurgia, mas tenho que tomar cuidado para somente apoiar a cabeça e não o olho, no travesseiro. Ou seja, eternamente vou ter que tomar alguns cuidados, não é frescura. Isso é muito sério. Afinal, falamos de olho, como todo órgão, é vital para minha existência, pois é através dele que vejo o mundo e não quero deixar de ver esse mundo maravilhoso em que vivemos. Só sei de mais uma coisa, esses dias em casa, na reclusão, sozinha, sem poder sair, limitada, me fizeram pensar em várias coisas, eu acho que mudei um pouco minha percepção de mundo depois desses dias, a cirurgia mudou não somente meu olho, mas também meu modo de pensar e de agir diante de várias situações da vida. E eu sei que a vida é muito bela!! Só isso que eu sei!!!

sábado, 9 de outubro de 2010

Amigos e amores eternos...

Eu sempre digo aos meus amigos e às pessoas que me estão próximas que as amo, pois o amor é um sentimento edificante, algo que devemos, sim, nos orgulhar de termos. Com esta presente postagem estou reparando uma falha, vamos por assim dizer. A falha de nunca ter feito um post sobre uma pessoa especial da minha vida. Esta semana encontrei essa pessoa online no msn. E conversamos muito. Fazia um grande tempo que não falava com ela, pelo menos desde julho não nos falávamos. E as coisas mudam, se mudam em um segundo, imagina dentro de 4 meses...quanta água já não passou debaixo da ponte!! Essa pessoa eu conheci por meio do Orkut, em uma comunidade para solteiros, desde o início nos identificamos muito, eu com ele é certeza. Ele comigo, não sei. Mas na época ele iria conhecer uma pessoa, também da mesma comunidade, e até chegou a ficar com essa pessoa, mas acabou não dando certo com ela, logo em seguida ele começou a namorar e ficou um bom tempo namorando essa pessoa, e nós não nos conhecemos pessoalmente, mas conversávamos muito. Até que um dia, em final de 2009, ele estava solteiro, eu também, não tínhamos nada para fazer, resolvemos nos encontrar, e foi muito bom, nos identificamos muito, mas o tempo foi curto, ele estava cheio de problemas na época, ele praticamente era uma panela de pressão a ponto de estourar. E estourou. Continuamos nos falando e de repente ele some. Tento contatá-lo no celular e nada. Envio mensagens e nada. Tem até um post com essa temática, pois foi na época que isso aconteceu que escrevi tal post, falando que a amizade precisa ser cuidada, que as pessoa não dão a devida atenção à amizade. Pois eu achava que ele simplesmente tinha me ignorado. O velho defeito de se julgar sem saber a real situação. Deixei recado no Orkut dele e um dia ele me respondeu, o achei online no msn e ele disse que tinha tido uma crise de estresse e que estava em Minas na casa da mãe dele. E tudo foi resolvido, ele me passou o novo número de celular dele. E continuamos a nos comunicar. Ele é uma pessoa perfeita, ele é especial, mas distante. E assim foi...a gente conversava alguns dias por celular, outros dias ficávamos um tempo sem nos falar. Mas caminhando, seguindo o curso de nossas vidas. Agora ele está lá em Minas, bem melhor, se recuperando e retomando o curso da vida dele, se recuperando continuamente, trabalhando e conhecendo outras pessoas importantes para ele. Mas algo não muda. Ele estará para sempre na minha vida, de uma forma especial. Mesmo porque deixou um gosto de quero mais. Te amo, meu querido! E você sabe que estou aqui para o que der e vier, e, sinceramente, espero que um dia você volte para sua terra amada e que continuemos a nossa amizade, a nossa relação incondicional.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Recuperação I

Dia 24 de setembro, como sabem, fiz uma cirurgia refrativa no olho direito, com implante de lente intra-ocular. Esse dia foi uma sexta-feira. Fui para casa. Jantei, dormi, pinguei colírio. Minha vida hoje, se resume a dormir, pingar colírio e usar o computador, bem como ver tv. Não posso fazer nenhum tipo de esforço, nem pegar peso, nem abaixar a cabeça. Ou seja, tenho que tomar N cuidados para que a recuperação seja perfeita e eu possa retomar minha vida, sem sequelas, com olhos perfeitos. No sábado, dia 25 de setembro, voltei ao consultório médico, minha filha me acompanhou. Já fui usando a lente de contato no olho esquerdo e de óculos de sol. Me adorei assim. Enxergando e usando óculos de sol, acessório que aprecio imensamente. Ele me examinou e disse que a cirurgia estava linda, perfeita! Disse para eu pingar o colírio de 2h em 2h. Daí em diante dormir era um artigo de luxo, já que eu só posso dormir do lado contrário ao da cirurgia e, em hipótese alguma, virar com o rosto do lado da cirurgia, e acordando de 2 em 2 horas quem é que dorme direito? A minha companheira e irmã, Graziele, no domingo teve que ir embora, bem como minha filha. Na segunda minha mãe veio ficar comigo então. Ela ficou uma semana. No sábado seguinte meu pai veio buscá-la, eu gostaria que ela ficasse mais dias comigo, já que não posso sair daqui agora, estou resolvendo outra pendência, a do apartamento e preciso de vez em quando ir à imobiliária. Mas ela se foi...Bom, voltando...Meus dias nesta semana que minha mãe estava aqui comigo se resumiam a: pingar colírio (novidade), dormir, esperar minha mãe fazer as comidas, comer, e pingar colírio na minha mãe, coisa que muitas vezes ela fazia sozinha, eu nem precisava ajudar. Minha mãe também tem uma cirurgia nos olhos e precisa pingar colírio diariamente. De vez em quando, de tardezinha, íamos à padaria ou ao supermercado comprar algumas coisas, para comermos. Foi muito bom esse tempo que tive minha mãe só para mim, afinal ela é uma das pessoas mais importantes e que eu amo mais na minha vida. Na quinta-feira, dia 30 de setembro, voltei ao consultório médico. Ele olhou novamente meu olho, disse que a cirurgia estava perfeita. Quis até mostrar para a outra oftalmo que trabalha no consultório, até pediu minha permissão, para me mostrar, mas a outra oftalmo não estava lá, já tinha ido embora. Ele retirou a lente terapêutica que estava sobre a pupila, para contenção da cirurgia. Essa cirurgia não leva pontos, ou seja, o olho vai fazer todo o trabalho sozinho de se colar novamente. Por isso é imprescindível esses cuidados todos de não dormir do lado da cirurgia, não abaixar a cabeça, não fazer esforço, nem pegar peso. Pois o olho está se cicatrizando sozinho e como disse o médico, como se estivesse explicando que b + a = ba. Se você abaixar a cabeça ou pegar peso seu olho pode PLÓFT sair por algum lugar aberto, não aguentar. Ah, que básico!! Fiquei temerosa?? Maginaaaaaaa...claro que sim, imagina meu olho fazendo PLÓFT?? Affe. Tomarei mais cuidado do que antes, tanto que hoje fico mais esperta ainda com abaixar a cabeça e essas coisas que estou proibida de fazer. Neste dia, também, ele passou um cronograma de administração do colírio. Desde o dia 30, durante 05 dias, eu iria pingar com espaçamento de 6h em 6h. Agora nesta semana, o espaçamento é de 8h em 8h. E na próxima semana, pingarei somente uma vez por dia. E volto lá na quinta, dia 14 de outubro, para ver como está a recuperação e marcar a outra cirurgia, a do olho esquerdo, aí começa tudo de novo. Depois do dia 14 mando notícias. E boa recuperação para mim!!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

50 anos de Flintstones

Quem é que não lembra daquele homem pré-histórico chegando em casa depois de um dia de trabalho na pedreira, gritando Vilmaaaaaaa e tendo seu fiel companheiro Dino lhe derrubando ao chão, lambendo-o, comendo hambúrguer de brontossauro, indo jogar boliche com seu amigo Barney Rubble, ou indo viajar todos juntos, como na cena da imagem ao lado: Fred, Vilma, Pedrita, Barney, Bete e Bambam? Hoje faz apenas 50 anos que foi exibido o primeiro episódio desse desenho que, tenho certeza, marcou a infância de muita gente, pelo menos muita gente da minha época, que assistia a desenhos de verdade, nada de luta ou sanguinolência. I Yabba Dabba-Do!! Essa era a senha, esse era o grito de Fred quando ele chegava em casa e íamos com ele nas suas aventuras. Segundo o site: http://sobreisso.com/2010/09/30/the-flintstones-desenho-animado-comemora-50-anos/ Criado nos estúdios Hanna-Barbera, os Flintstones foi exibido pela primeira vez na ABC no dia 30 de setembro de 1960 e teve 166 episódios, sendo que o último foi exibido no dia 1º de abril de 1966(...) Após a sua última temporada (1966), foi produzido o primeiro especial da série “Um Homem Chamado Flintstone”, depois disso vários longas sobre as famílias de Bedrock foram exibidos e séries de desenhos baseados no original como “Bambam e Pedrita” (1971-1972), no qual se contava a história deles já adolescentes e “Flintstones nos Anos Dourados” (1986-1988), que narra as aventuras de Fred, Barney, Vilma e Betty quando eram crianças.
Parabéns para os Flintstones!!!
Quem quiser relembrar a abertura desse maravilhoso desenho acesse: http://www.youtube.com/watch?v=2s13X66BFd8&feature=player_embedded#!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

24 de setembro de 2010

Este dia foi um dia especialmente especial em minha vida, como disse aos meus amigos só não foi mais emocionante do que o dia 26 de agosto de 1993, dia em que nasceu minha linda princesa Isabella. O dia 24 de setembro de 2010 foi o segundo melhor dia de minha vida. Foi o dia em que fiz a cirurgia refrativa de correção de miopia no meu olho direito. Como tenho um alto grau de miopia - 13 em cada olho, a cirurgia refrativa a laser não poderia ser feita, já que minha córnea é estreita, ou seja, não teria córnea suficiente para tirar o tanto de grau que tenho. Desde o ano 2000 eu tento fazer essa cirurgia, mas a tecnologia vai avançando e hoje eu possuo, dentro  do meu olho direito a lente mais moderna de cirurgia refrativa pelo método da colocação de LIO, ou seja, Lente Intraocular. Em 2000 a única opção era a cirurgia laser, o que para mim era impossível, como já dito acima. O médico, na época disse, espere mais uns dois anos e volte a fazer os exames, a tecnologia avança e a tendência é se tirar cada vez menos córnea para mais graus. Ok, não foi dessa vez. Depois de uns dois anos procurei outro médico, mas este tirou qualquer tipo de esperança, dizendo que não havia como tirar menos córnea para mais graus e que seria mesmo impossível eu corrigir minha miopia. Isso foi desolador. Mas pensam que eu desisto fácil assim de um sonho? Nem pensar!! Eu sou pior que burro empacado quando quero, realmente, uma coisa. Posso até tomar na cabeça depois, mas eu vou até o final. Sendo assim, em 2007 fui trabalhar em uma universidade que me ofereceu como benefício um plano de saúde. Procurei um oftalmologista próximo de casa para fazer exames de rotina. Fui parar em uma Clínica Oftalmológica Pereira Gomes. O médico que tinha horário para me atender era o Dr. André. Ok, marquei e fui. Logo de início já disse que queria fazer a cirurgia de correção de miopia. E eu nem tenho palavras para descrever o que senti quando o médico disse: então vamos fazer os exames e já foi fazendo o encaminhamento para eu realizar os primeiros exames. Saí de lá com minha esperança renovada, se é que se renova esperança...kkk...dizem que ela nunca morre, né? Enfim, fiz todos os exames e os resultados não foram diferentes, eu não tinha córnea suficiente para o tanto de grau. Eis que o médico diz que eu poderia implantar uma lente dentro do meu olho, para corrigir minha alta miopia, que é um procedimento, hoje, até bem comum. Eu lembro que minha orientadora de Mestrado fez essa cirurgia, e isso era no ano 2000. Há 10 anos atrás, ela fez e disse que foi a melhor coisa que fez na vida. Meu médico disse que é como a cirurgia de catarata, mas sem a retirada do cristalino, só a colocação da lente. Ele deu encaminhamento para outros N exames. Abril de 2010, a cirurgia ia ser feita. Mas o meu médico teve que ir a um Congresso e um curso no exterior, ou seja, meu sonho foi protelado. Com idas e vindas, mas eu continuando a sonhar em enxergar sem óculos ou sem lentes de contato, continuei em contato com meu médico. E eis que a secretária dele me liga dizendo se eu poderia fazer a cirurgia em setembro de 2010. Nem pensei: respondi que sim!! E no dia 17 de setembro tudo preparado, a lente não chegou. Cirurgia dispensada para o dia 24. Dia 25 de setembro eu teria um casamento. Mas meu sonho é maior que tudo. Só eu sei o que é. Não quero que ninguém entenda, só aceitem. Combinei com minha super amiga, irmã separada na maternidade com 7 anos de diferença, a Graziele, que me acompanhou na cirurgia e ficou os outros dois dias comigo, cuidando de mim. Fomos. Estava chovendo e havia um trânsito imenso no caminho até o Hospital de Olhos Paulista, onde realizei minha cirurgia. Cheguei, tudo pronto, estava fazendo minha ficha, quando senti uma mão em meu ombro, era o Dr. André. Ele chegou e me tranquilizou. Esperei me chamarem no Centro Cirúrgico, enquanto isso fui ligando para amigos para ouvir palavras de conforto e tranquilizá-los. Fui chamada. Me prepararam, o nervosismo foi aumentando, mas nada demais, depois chegou o bam bam bam da cirurgia refrativa, como o Dr. André denominou o Dr. Marcos Cunha, que é o Deus desta cirurgia em São Paulo. Um doce de pessoa, uma pessoa muito simples e gente fina. A cirurgia foi um sucesso! Quando terminou, isso não durou nem meia hora. O Dr. Marcos disse: Ana, abra os olhos. Olhe aquela televisão na parede. Enxerga? E eu só fiz que sim com a cabeça, pois nem eu acreditava que estava sem óculos, sem lente de contato e enxergava a dita cuja da tv. Como disse ao meu médico, posteriormente, só não pulei, pois estava meio grogue e não podia pular, senão tinha pulado de alegria. Fiquei um pouco deitada, me deram um analgésico, pois o olho doía um pouco. Depois chamaram a Graziele, que me ajudou a trocar de roupa. Esperamos mais um pouco. O Dr. Marcos veio, junto com o Dr. Pedro medir minha pressão ocular. Que estava perfeita. Me deram alta. Voltei pra casa enxergando a vida!! Pelo menos 50% do meu sonho foi realizado. Daqui um mês eu realizo os outros 50% quando fizer a cirurgia do olho esquerdo!! Portanto, sigam em frente e corram atrás dos sonhos de vocês, quando os realiza, não há dinheiro que pague.

domingo, 19 de setembro de 2010

Decisões

Meu pai sempre disse que na vida temos sempre dois caminhos a seguir, em qualquer decisão que temos que tomar. E o mais importante, que ele me ensinou foi que independente do caminho que escolhermos, temos que arcar com as consequências de nossas escolhas, pois ambos os caminhos, nos trarão as suas consequências. Eu estou em uma fase da minha vida em que tenho que tomar diversas decisões e tudo para ontem, tudo ao mesmo tempo agora, como dizia Caetano Veloso.
Nessa última semana e na que virá em seguida eu tenho que tomar decisões que farão toda a diferença na minha vida, uma diz respeito a um aspecto da minha vida que é algo que me atormenta desde quando eu tinha uns 5 anos. É um sonho que está sendo passível de ser realizado. A operação para acabar com minha miopia. Uso óculos desde os meus 5 anos, e eu simplesmente, ODEIO óculos, vocês não sabem o que é não saber o que é não usar óculos, só me lembro de óculos. Das chacotas na escola, dos professores sempre quererem que eu sentasse na frente, pois eu não enxergava. E não enxergo mesmo, pela definição de deficiência visual, eu sou uma deficiente visual, pelo grau da minha miopia, mas eu tenho como perder todos esses graus, em meia hora de cirurgia. Mas o caso é que está difícil decidir, pois o dia da cirurgia cai bem um dia antes do casamento de um primo meu, no interior de São Paulo, e minha família toda irá para lá e disseram que eu vou ficar sozinha, sem ninguém para cuidar de mim no pós operatório, mas é para isso que tenho amigos, e já estou providenciando quem cuidará de mim. Mas o difícil é fazer eles entenderem que não posso esperar mais nem um minuto para operar, que é um sonho se realizando, meu sonho de não usar mais óculos. Mas eles não entendem! : (
A outra decisão que tenho que tomar em breve é sobre onde morar, o contrato do lugar onde estou morando atualmente irá reajustar e pela previsão vai para um valor astronômico e eu não poderei pagar, então estou procurando apartamento para me mudar, mas é outra decisão difícil, você vê cada lugar estranho, apartamento cuja única porta para se ir ao banheiro é dentro do quarto, ou seja, você nunca receberá ninguém em sua casa? Ou quem for à sua casa necessariamente terá que entrar no seu quarto se quiser usar o banheiro? Uahahaha...é engraçado isso. Apartamento com tanque no banheiro, pois não há lavanderia, só coletiva? Affe, cada coisa que nem se acredita. Pior são os corretores, que me perdoe o namorado da minha melhor amiga, mas corretor é uma raça chata. Fica insistindo, querendo que você feche negócio a todo custo. O que mais me irritou foi um que disse: Pensa bem, Ana, você nunca pode ter tudo. Ele queria me vender um apartamento que fica do lado da linha do trem. Mas eu fui ver esse apartamento duas vezes, e não me senti bem dentro dele, nem é só pelo trem passar a poucos metros da janela do quarto, maginaaaa...por isso também, mas o apartamento é cheio de móveis de madeira escura, com carpete escuro, dá uma má impressão, não me senti bem ali dentro, e eu levo muito a sério essa coisa de se sentir bem num lugar ou ao lado de certas pessoas. Então eu estou meio tensa nesses últimos dias e resolvi vir desabafar aqui no meu blog. E também, resolvi escrever pois outro dia fiquei imensamente lisonjeada, um aluno meu disse: Precisa atualizar o blog hein professora? E eu fiquei boquiaberta, pois achei que ninguém dos meus alunos lia meu blog mas tem um ao menos que o lê e cobra atualizações, não posso desfazer da opinião de um leitor do meu blog e ainda mais um aluno meu. Então eis aqui um novo post. Ah, e para finalizar tem também as decisões em relação ao coração. Mas isso é assunto pra outro post....Espero comentários...

sábado, 21 de agosto de 2010

A Síndrome do Pequeno Poder


Pessoal, hoje resolvi escrever sobre um assunto que tem tirado um pouco meu sono e minha paciência. Sabe aquela história que Paulo Freire cita no seu livro Pedagogia do Oprimido? O oprimido quando chega ao poder é tão opressor quanto quem o oprimiu sua vida toda? Pois é, tem gente que ainda, em pleno século XXI,  age dessa maneira. Eu não concebo esse tipo de atitude ainda mais no campo educacional. Fazendo uma breve pesquisa achei alguns apontamentos interessantes sobre esta temática, que compartilho agora com vocês. No site: http://www.manager.com.br/reportagem/reportagem.php?id_reportagem=990 encontrei a seguinte definição para a denominada síndrome do pequeno poder: ...quando "chega lá" muitos se transformam e metem os pés pelas mãos. Nem precisa ser um grande poder: às vezes um mero crachá já transforma alguém em "autoridade". É evidente que exercício exaltado ou inadequado do poder pode trazer muitos transtornos e comprometer a sobrevivência e produtividade do grupo. Sendo assim, é necessário lidar bem com a ascensão de pessoas. Em outro blog (http://vovogalo.com/filosofia-barata/sindrome-do-pequeno-poder/) encontrei que: Não sei bem se pode ser considerada uma doença, mas é algo que normalmente afeta pessoas que tem raiva do mundo pois acham que sempre foram injustiçadas, e, possuindo poder para prejudicar alguém, o fazem...A maioria das pessoas não percebe mas isso gera uma cascata de insatisfação onde todos são prejudicados.
Na wikipedia: Síndrome do pequeno poder, segundo a psicologia, é uma atitude de autoritarismo por parte de um indivíduo que, ao receber um poder, usa de forma absoluta e imperativa sem se preocupar com os problemas periféricos que possa vir a ocasionar.
Segundo Saffioti, é um problema social e não individual, característica da nossa sociedade. Ela surge quando aqueles que não se contentam com sua pequena parcela de poder exorbita sua autoridade.
Existe um provérbio iugoslavo que diz:
Se você quiser saber o que um homem é, coloque-o numa posição de poder.
Essa semana fiquei embasbacada com uma cena que presenciei, que me fez confirmar que tem gente perto com essa síndrome. Síndrome se refere a um tipo de doença, por isso tem gente perto com essa doença. Ao ser arguida por com uma atitude poder estar prejudicando outros funcionários, a determinada doente diz: Que se dane, não estão contentes, que peçam remoção! Até ontem a pessoa era uma funcionária, uma chão de fábrica, e agora que está num cargo, provisório, que nem concursada é, que está um pouco acima do chão de fábrica, se acha no direito de mandar e desmandar? De humilhar? De impor que as pessoas façam o que ela bem entender? Bom, eu acredito que a justiça é feita e ela tarda, pode até tardar, mas não vai falhar, um dia essa doente voltará ao cargo inicial dela e sofrerá as consequências de seus atos.
Por isso, aqui vão algumas dicas para quem chegou a um cargo de poder, segundo o site da Manager: Se você é quem subiu: 
· Perceba que ninguém faz sucesso se não por meio de outros; agora, mais que nunca você precisará do apoio de todos. Humildade é um bom começo.
· Saiba que, mesmo sendo dono da empresa, ninguém se sustenta eternamente no poder se não exercê-lo do modo correto. Muitos donos de empresas são "demitidos" por sócios, executivos, credores ou outros quaisquer que tenham poder.
· Nunca confunda a importância do cargo com a pessoal. Como pessoa você tem valor, mas dificilmente terá poder (pessoas sem cargo e com poder são apenas aquelas dotadas de uma autoridade moral indiscutível, pela sua contribuição ou história). O cargo, por outro lado, tem poder e o dá ao ocupante.
· Aprender a exercer o poder é aprender algo da maior importância. Invista nisso e procure a sabedoria.

Sem mais para o momento, espero os comentários, revoltados ou não....rs

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Misto de Emoções

Hoje foi um dia deveras desgastante, pois houve um acidente na escola em que trabalho e três alunas tiveram que ser encaminhadas ao hospital. E quem estava envolvido? Alunos que não têm NENHUMA ocorrência de indisciplina. Eu estou simplesmente um caco, um pano velho jogado num canto, estou muito, imensamente, desestimulada, decepcionada. Ao mesmo tempo penso que Martins, João e Marcos não estavam envolvidos, pelo menos nisso não. Ufa!!
Nas férias, eu conversei bastante com João e fiquei muito orgulhosa dele, pois vê-se que ele se esforça e que durante as férias trabalhou e produziu algo decente, vê-se que ele tem certas responsabilidades, vê-se que ele é um garoto inteligente, mas que muitas vezes usa a sua inteligência para o mal.
Mas as decepções são em maior número que as alegrias, ultimamente. Hoje, além do acidente no qual alguns alunos deixaram um portão de ferro cair em cima de algumas alunas, machucando-as gravemente, tive a péssima notícia de que tem havido a prática do BULLYING por parte dos meninos acima referidos, os protegidos da Ana, como dizem as más línguas. Eles têm cometido essa prática discriminatória, infame, idiota, indecente, e hoje um aluno, não mais aguentando essa prática contra ele veio pedir providências, a única opção que me deram foi o afastamento de um dos alunos, ao menos. Eu não sei o que farei, na verdade. Eu não estou pensando coerentemente hoje, eu só sei que me decepcionei mais uma vez.
Penso em desistir, não do meu cargo, como já pensei, falo a verdade, mas desse processo. Não sei se sou eu que estou no lugar errado, ou se, realmente, como dizem, esses meninos não querem mudar, esses meninos não têm mais jeito...Eu prefiro acreditar que a errada sou eu que não tive competência para fazê-los mudar suas atitudes. Hoje, também, Marcos me disse, eu quero mudar as atitudes, Ana, mas preciso me afastar dos moleques. O João já me disse que há um determinado liderzinho do mal na sala dele que perturba toda a ordem, e faz com que eles levem a fama das bagunças.
Hoje me decepcionei, mas não tanto quanto no dia em que alguns alunos da sala dos meninos espalhou um líquido mal cheiroso pela mesma, por duas vezes. Acusaram um aluno, que chegou à minha sala e disse que não foi ele, que ele só desceu pois quem fez aquilo foi uma pessoa que vive descendo para falar com a direção. Só de relembrar aquele dia, aquele momento, meu coração se aperta, como naquela hora em que Martins, depois de eu muito insistir, confessou que foi ele quem espalhou o líquido mal cheiroso. Ele, neste dia, mais do que em outros, não me olhou nos olhos. Eu senti imensamente, eu tive que conter a minha emoção, a minha decepção para tentar resgatar o Martins, pela décima quinta vez. Eu tento me aproximar dele, mas quando mais chego, mais ele se afasta. Eu perguntei a ele se ele tem medo de se aproximar das pessoas, pois tem medo de se apegar, e essas pessoas o deixarem, como tantos que ele ama ou amou na vida já fizeram com ele. Obviamente ele não me respondeu, mas nessa hora abaixou mais ainda a cabeça. Eu posso ter visto demais, mas seus olhos ficaram um tanto marejados, e meu coração ficou completamente ferido. A decepção foi muito grande. Eu não sei se suporto isso. Eu vou até o fim. Não sei como, mas vou. Eu tenho confiança de que eles confiam em mim, do jeito torto deles, mas não sei como essa história, esse mix de emoções vai terminar. Ou se esse mix de emoções vai terminar comigo.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Tão sonhadas férias

As minhas tão sonhadas férias chegaram, no dia 1º de julho. Na verdade eu estaria em férias desde o dia 29, mas por um erro, eu tive que ir trabalhar até dia 30, que foi o último dia de trabalho efetivo, na prefeitura, neste semestre. Nos dois últimos dias eu quase não vi o tempo passar, pois foi uma correria sem tamanho para deixar tudo mais ou menos no jeito para a outra coordenadora tocar, sem mim. Foram dois dias de Conselho de Classe que acabaram comigo, física e emocionalmente. Ainda bem que há professores que ainda se importam, pois o restante, por mais que você se mate, não se importam, simplesmente. O último dia de Conselho, eu sentei à mesa da coordenação, as 7h35 e me levantei as 17h. Ou seja, quase 10 horas fazendo Conselho de Classe. O Conselho de Classe do primeiro período foi um show de horrores, obviamente, pois é nesse período que estudam, o Martins, o João e o Marcos. E foi quando chegou na classe deles que a bomba estourou. A diretora estava presente e interveio, foi o que salvou, apesar que ela me elogiou posteriormente por não ter cedido ao ataque dos professores, não todos, claro, mas um professor especificamente, veio levantando a voz para mim, dizendo que estava contra eles. Bom, mas isso é passado. Agora vou ter 20 dias para rever minha vida, que ficou um tanto esquecida nesse primeiro semestre, rever alguns conceitos, mudar meu rumo. A partir do próximo semestre vou trabalhar uma noite a mais, mas vou voltar a estudar, aos sábados, e fazer novamente atividade física, se não deu certo a cirurgia do olho, eu aguardo mais algum tempo, mas não posso ficar parada. Vamos ver como eu me organizo para começar o segundo semestre com tudo em ordem.
Os meninos? Tenho falado com eles, estão bem, na medida do possível, vamos ver como voltam para o segundo semestre, disseram para mim que irão se empenhar, eles têm que mudar a atitude deles, eles têm que fazer acontecer. Os professores, também irão tentar, como sempre tentam. Vamos ver se entramos em um acordo. Eu desejo que meus meninos se comportem, estudem, e passem de ano, que meus professores se desarmem contra eles, e que no final, tenhamos lucros para todos os lados. Que a escola progrida, que os alunos saiam de lá felizes, que os professores não se estressem tanto, e que eu consiga efetuar meu trabalho de forma coerente.
Agora é curtir meu merecido descanso e voltar com energia extra, pois segundo semestre sempre é mais pauleira que o primeiro.

sábado, 26 de junho de 2010

Confiança

Antigamente, como já disse em post anterior, os cavalheiros selavam seus acordos com base em suas palavras e no aperto de mão, era o selo que determinava que ambas as partes iriam cumprir com seus acordos, por isso hoje, quando vai se autenticar algum documento no cartório cola-se um selo que comprova a autenticidade do que está escrito no documento. Após Martins, João e Marcos irem à minha sala, fizemos um acordo de confiança. Para que haja melhora eu tenho que confiar que eles irão mudar e eles têm que confiar que eu estou lá para ajudá-los na caminhada. No dia seguinte a este fato, houve um boato de que a TURMA DO MARTINS (como os funcionários e professores chamam os meninos bagunceiros da 8ª A) estavam com bombinhas e que iriam soltá-las na escola. Na hora do intervalo, portanto, a assistente de direção ficou o tempo todo atrás deles, onde eles iam, ela ia atrás. Até que enquanto eles estavam num extremo do pátio, em outro extremo soltaram a bombinha. Ou seja, não foram eles que estavam com bombinha. A professora que iria entrar na referida sala após o intervalo pediu para que eu a acompanhasse, fiquei lá todo o tempo da aula, após a aula tive uma conversa séria com os alunos, chamando, também, para isso, as duas assistentes de direção. Fomos bem sinceras com eles, dissemos que eles estão com fama de bagunceiros, que queremos mudar isso diante dos professores, pois acreditamos neles, e queremos que eles sejam ótimos alunos e ótimas pessoas quando saírem da escola. Falamos que estamos com as portas abertas para quando eles tiverem alguma proposta de melhoria da escola, para quando eles quiserem fazer alguma reclamação com fundamento e que tragam proposta de melhora. Acabou a aula, eles foram embora. Estávamos no pátio conversando: eu, as duas assistentes de direção e a diretora, quando vimos Martins e Marcos indo em direção à quadra da escola, desconfiamos que eles fariam alguma coisa errada. Até nós estamos desconfiando, pois nos falam tão mal deles. Fomos lá fora e eles disseram que não iriam fazer nada, que só foram ver a quadra, quem estava lá. Eu fui lá conversar com eles, pois eles não iam embora. A diretora achou que eles queriam falar alguma coisa e não sabiam como chegar na gente. Como eu já trabalho com eles, eu fui lá, cheguei perto e perguntei se eles queriam falar alguma coisa, ficamos conversando e João me disse que eles tinham sim levado uma mistura de farinha com ovo para tacar nos alunos de outra oitava série, que declarou guerra para com a sala dele. Chamei um menino da outra sala e falei para os dois que a guerra tinha acabado, que os dois lados iriam parar de fazer bagunça, conversei bastante com eles, eles me contaram diversas coisas, a revolta deles eu sei de onde provém, eles se despediram e eu fui conversar com uma das assistentes e com a diretora e disse que podemos confiar neles e que eles irão melhorar. Mas é uma luta!! E que se não tivermos e não mantivermos essa confiança que eles adquiriram em mim, não conseguiremos recuperar esses meninos. Por isso eu confio e continuo investindo no Martins, no João e no Marcos. Até o final do ano quero fazer um pouco, ao menos, de diferença na vida deles...

Caminhada .....

É, caros leitores, como dizem, eu sou brasileira e não desisto nunca. Por isso estou aqui escrevendo novamente. E hoje a história vai ser longa. Lembram-se do último post no qual eu escrevi sobre a decepção que tive com o Martins? Uns dias após aquele acontecimento, os professores que lecionam para o Martins e o João chamaram, sem meu consentimento, a diretora para o nosso horário coletivo de formação. E qual não foi meu espanto quando eles nos pressionaram para tomar uma atitude para com os referidos alunos bagunceiros da 8ªA. Eles disseram que não conseguem lecionar com aqueles alunos e pediram para que tomássemos providências. Eu propus que às quartas-feiras eu iria ficar com alguns alunos em minha sala fazendo um trabalho diferenciado. E eis que a quarta-feira chegou. Uma das professoras mandou para a minha sala alguns alunos, na realidade, sete alunos. Eu conversei com eles sobre a postura deles, falamos sobre termos compromisso com nossa educação, sobre termos postura de bons alunos, para que os professores consigam lecionar e eles consigam aprender. Que eles já estão com fama de bagunceiros e que só eles podem mudar isso. Pedi para eles fazerem um acordo comigo de que irão se empenhar em mudar. Nos demos as mãos, mais uma vez, e fizemos esse acordo, depois pedi para eles escreverem o que acharam da nossa conversa naquele dia. Alguns escreveram que foi chata. E outros escreveram que irão se empenhar em mudar, entre eles Martins, João e Marcos*. Após a conversa eles voltaram para a sala para pegarem o material. Quando voltei para o grupo de formação, a professora que encaminhou os alunos disse que eles voltaram da minha sala e chutaram a porta para entrarem. Verificamos nas câmeras e percebemos que três desses alunos não estavam chutando a porta, dois desses três foram o Martins e o João. Antes de começar a formação com os professores esses três alunos: Martins, João e Marcos vieram me procurar e disseram que os outros meninos não querem mesmo nada com nada, que saíram da minha sala rindo e dizendo que não farão nada para mudar, e que eles querem se reunir às quartas-feiras, sozinhos, na minha sala. Eu disse que tudo bem. Que então vou começar a vigiar e ficar em cima deles, mas que eles terão que colaborar. Fiquei imensamente satisfeita com isso. Fiquei muito feliz mesmo!!
*Nome fictício

sábado, 12 de junho de 2010

Decepção...

A vida não é nada fácil. Disso já sei faz algum tempo. E como diz o poema: Eu aprendi que a vida é dura, mas eu sou mais ainda. Esta semana fiquei deveras decepcionada com o Martins (vide posts anteriores). Na semana passada havia ficado imensamente feliz, pois um professor o havia elogiado, dizendo que ele era bom caráter, tinha caráter no coração. Era um rapaz bom. E eis que este mesmo professor, nesta semana, vem, e me diz que não poderia ver o Martins na frente pois havia discutido com ele na sua aula. Eu, claro, fui perguntar para o Martins, ele me disse que ele tinha uma dúvida e que o referido professor não respondeu a ele. Mas isso foi, para mim, uma decepção, já que, havíamos feito um acordo e nos dado a mão, como antigamente eram selados os acordos entre cavalheiros. Por esta atitude, de Martins continuar bagunçando, é que fiquei decepcionada. Eu sei que ele não virará um santo do dia para a noite, nem quero que ele vire um santo, ele é um adolescente, e adolescentes precisam de intensa auto-afirmação. Mas eu gostaria que ele amadurecesse e percebesse que o tempo passa e que as oportunidades, muitas vezes, perdidas, não voltam mais. Nesta sexta-feira fui à escola somente para realizar o encontro da aula do meu projeto de profissionalização, já que tinha formação na Diretoria de Ensino e não precisava ir para a escola. Martins estava lá e levou junto João*, um aluno que convidei diversas vezes para ir e nunca foi, e com o qual conversei, também, outro dia, junto com Martins e mais alguns outros alunos. Não sei se João percebe a necessidade de estudar para ter um futuro próspero, mas pelo menos ele estava lá, ouviu o que eu disse, participou do que discutimos, alguma coisa na mente dele há de ficar. Mas o que me interessa é o futuro do Martins, eu espero que ele reflita sobre suas atitudes, e continue querendo mudar seu futuro. Sendo uma pessoa digna de elogios, sempre, por suas atitudes positivas. Eu me decepcionei com ele, sim, mas a pior decepção é aquela que te faz querer continuar e tentar novamente.
* Nome fictício.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Continuando ...


Escrevi o projeto, e entreguei para a supervisora de ensino, que aprovou que eu desse andamento a ele, desde que não atrapalhasse minhas outras tarefas como coordenadora. Sendo assim, comecei passando nas salas das oitavas séries perguntando quem queria participar. Para minha alegria, o referido garoto, colocou seu nome como interessado em participar do projeto. Se ele não tivesse colocado o nome na lista, eu iria convocá-lo para participar. Mas ele veio, ele e mais 4 meninas, de uma oitava série. Na outra semana não pude fazer a reunião do projeto, pois houve um incidente com alguns alunos de outra oitava série e a diretora ficou conversando com eles. Na outra semana, ele estava lá novamente, firme e forte. Percebi que ele realmente estava a fim de mudar a sua vida. Então, um certo dia, chamei-o num local reservado, na escola e conversei por um bom tempo, seriamente, com ele. E disse: Martins*, eu percebi que você está empenhado em mudar, e quero investir em você. Sei que você é inteligente, educado e tem tudo para ser o que você quiser na vida. Eu vou pegar no pé dele e que se você não quiser, quiser zoar, não fazer nada, que me fale, que aí eu invisto em outra pessoa, que esteja a fim. Ele disse: Vamos tentar né? Continuamos conversando, perguntei sobre a família dele, sobre o que ele gostava de fazer, sobre o que ele tinha em mente se tornar, que cursos fazia, o que queria ser na vida...Conversamos por um longo tempo....
* Martins será o nome fictício que irei utilizar nos próximos posts para se referir a meu pupilo.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Começo do Ano Letivo

Começa com esta postagem, uma série de postagem sobre algo imensamente significativo em minha vida, como pessoa e como educadora que sou. No início do presente ano letivo, alguns professores das oitavas séries do ensino fundamental II da escola onde sou coordenadora pedagógica pediram para que fossem feitas reuniões com alguns alunos determinados por eles como indisciplinados, com os quais "não dá para trabalhar em sala de aula". Organizamos as devidas reuniões. O primeiro garoto veio, conversamos, o dispensamos, o segundo garoto veio, conversamos e o dispensamos. O terceiro garoto veio. Para ele eu fiz as seguintes perguntas: O que você pensa em ser quando crescer? Em que pensa em trabalhar? Perguntas para as quais recebi a seguinte resposta: "Sei lá". Dispensei esse garoto também, e conversei com os professores explicando a eles que os alunos podem estar indisciplinados em sala de aula pois não veem sentido na escola, pois como não têm perspectivas de vida, por que irão estudar? Aquele último garoto me intrigou, por sua educação. Ele falava baixo, sentou-se corretamente. Olhar baixo, sem confrontar com nossos olhares, mas em nenhum momento aumentou o tom de voz, falou palavrões ou desrespeitou qualquer pessoa que estava ali na frente dele o inquirindo. Após terminadas as chamadas dos alunos para minha sala, para as tais conversas, chamei à parte este último garoto. E fiz as mesmas perguntas para ele novamente. Confirmando que ele não tinha perspectivas de vida. Ele disse que iria se comportar e assim foi, voltando para a sala de aula. Alguns dias depois encontro o garoto no pátio, esperando a diretora para conversar com ela, pois havia quebrado um vidro do corredor da escola. Apesar que ele alegava que não havia sido ele. Decepção, pois achei que ele se emendaria, após a conversa que tivemos. Diante dessas situações eu comecei a elaborar um projeto para ser desenvolvido na escola, o qual já tinha tido ideia de implementar no ano anterior, mas que não pude concretizar.

domingo, 16 de maio de 2010

Mais uma vez o presente post surge de uma discussão em um tópico de uma comunidade do Orkut. A comunidade em questão denomina-se: Quem Odeia Polícia é Bandido. O tópico em questão colocou em discussão o caso de policiais da PM de São Paulo ter matado um motoboy que fugiu de uma barreira policial. A discussão, como sempre, rolou solta e até desbancou um pouco para o achismo e intrigas pessoais, mas enfim, analisando o tal tópico eu escrevi que:Eu creio que...
...tudo que fuja a um padrão, em nossa sociedade, é discriminado....e as pessoas estão intolerantes mesmo....esse é o grande mal....a vida não vale mais nada mesmo....matar ou morrer é tudo a mesma coisa.....acho que falta um pouco de valores nessa nossa sociedade...e isso sem educação não vai pra frente......... . Pesquisando sobre o assunto, que é de meu interesse já que sou educadora e já que trabalho na periferia de São Paulo, em uma escola municipal de ensino fundamental, que fica no coração de uma favela, no extremo sul da cidade, eu creio sim que pela educação iremos mudar o país. Trouxe alguns dados que corroboram com minha ideia. No site http://www.badaueonline.com.br/2007/4/20/Pagina21097.htm encontrei que De tanto conviver com atos violentos, a população está quase se acostumando com este modelo de sociedade. Ainda bem que tem o QUASE, pois sabemos que há muitos, dentre nós, que não aceitam esse “modus vivendi” e clamam por paz e justiça.

E o que isso tem a ver com educação?

Primeiro é importante ressaltar que a onda de violência é mais presente nas comunidades da periferia, onde os jovens, na sua grande maioria, têm baixo nível de escolaridade e, por isso, maior dificuldade de inserção no mercado de trabalho.

Sem trabalho e sofrendo uma forte pressão psicológica feita pelas propagandas que incitam o consumismo, a tendência é a busca pelo dinheiro “fácil” entrando no tráfico de drogas ou juntando-se a grupos de assaltantes. Por outro lado, a falta de uma família estruturada em valores morais e religiosos mais sólidos deixa os jovens à mercê de pessoas que os levam facilmente para o mundo do crime.

Além disso, a escola não consegue manter esses jovens dentro de seus muros, como mostrou uma pesquisa divulgada no Jornal Nacional em que a maior parte dos entrevistados afirmaram estar fora da escola por vontade própria.(...) Mesmo que a Educação não seja a única garantia de solução para o problema da violência, é certamente um dos caminhos para minimizá-la.

Nós, brasileiros e brasileiras, desejamos que os governantes passem a investir mais em educação, para podermos viver numa sociedade mais justa e pacífica.

Em outro site: http://www.adital.com.br/Site/noticia2.asp?lang=PT&cod=30297 encontrei alguns dados para confirmar a minha ideia de que é pela educação que poderemos minimizar o problema da violência nas cidades do país. O Brasil tem 11,5 milhões de crianças na faixa etária de 0 a 3 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), mas só 13% delas estão frequentando creches (ensino infantil), de acordo com dados do Instituto Nacional de Ensino e Pesquisas Educacionais (Inep). Além de ser um direito das mães e pais, previsto na legislação trabalhista, a educação infantil é um direito fundamental da criança, conforme o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). O ensino infantil é a base do aprendizado e do desenvolvimento da criança. Com relação ao ensino fundamental e médio, o País tem evoluído consideravelmente no que se refere ao aumento de vagas. Como exemplo, segundo o IBGE, 81% dos adolescentes com idades entre 15 e 17 anos freqüentam a escola. Porém, a qualidade do ensino e a grave situação social de muitos alunos geram enormes dificuldades de aprendizado, defasagem e evasão escolar. Uma pesquisa da Unesco (Fundo das Nações Unidas para a Educação), feita em 2005, nos 26 estados brasileiros, mostrou que muitas vezes a escola mais exclui do que inclui. Conforme o levantamento, 21% das crianças e adolescentes que estavam fora da escola já tinham abandonado o ensino anteriormente. Outros 14% já tinham deixado os estudos por três ou mais vezes. No que diz respeito ao ensino universitário, apenas 31% dos jovens com idades entre 18 e 24 anos têm possibilidade de acesso à universidade. Do outro lado do colapso educacional no País temos as prisões. Manter alguém na prisão é a forma mais cara de tornar a pessoa pior. O colapso prisional é reflexo da crise educacional e social que vive o Brasil. Quanto menos escolas e universidades são construídas hoje, mais presídios terão que ser construídos. Primeiro, temos que considerar que é uma grande contradição prender alguém para ensinar essa pessoa a viver em liberdade. Formalmente o sistema prisional tem a finalidade de privar, temporariamente, a liberdade de uma pessoa que, em razão da sua conduta e dos crimes cometidos, gera intranqüilidade social, apresenta periculosidade e representa risco a ordem pública. Essa pessoa precisa ser contida para ser reeducada e ressocializada através do estudo, do trabalho, da religião, do acompanhamento de saúde e psicológico e da compreensão da existência de leis e regras de convívio social. No entanto, ao invés de cumprir com essas finalidades, a maioria dos presídios e boa parte das unidades de internação de adolescentes infratores são verdadeiras faculdades do crime. (...)Os dados educacionais desses jovens mostram bem a relação: falta de educação X crime. Entre os adolescentes internados em 366 unidades brasileiras, 51% não freqüentavam a escola, 90% sequer concluíram o ensino fundamental e 85% eram usuários de drogas. Várias pesquisas já feitas com internos da Fundação Casa (ex-Febem de São Paulo) mostraram que os adolescentes mantidos lá são provenientes dos bairros com maior população infanto - juvenil, mas com menos oportunidades. Locais onde faltam creches, escolas, postos de saúde, áreas de lazer, cultura, esportes etc. Onde o jovem vai procurar emprego no comércio, na indústria e nunca tem vaga, mas na "boca de fumo" sempre tem. Vivem em contextos violentos, sem oportunidades e perspectivas, exceto o crime.
Umas das propostas muito discutidas para o fim da criminalidade é a diminuição da idade penal de 18 para 16 anos, no mesmo site citado acima diz que: Alguns Países que reduziram a idade penal há quatro anos atrás, como a Espanha e a Alemanha, verificaram um aumento da criminalidade entre os adolescentes e acabaram voltando a estabelecer a idade penal em 18 anos e, ainda, um tratamento especial, com medidas sócioeducativas, para os jovens de 18 a 21 anos.

Diante disso tudo, será que é melhor aplicar recursos em prisões ou em educação?

Eu ainda acredito que o melhor é se investir em educação, na construção de escolas, nas quais os alunos fiquem em período integral, com qualidade. Não só construir escolas e não investir nelas e nem na formação de quem as conduz. Professores que desejem educar e não só receber o parco salário no final do mês, diretores e coordenadores preocupados com o futuro dos alunos, oferecer oportunidades de vida prática para que eles consigam sobreviver, que tenham conhecimentos que sejam de seu interesse e não que lhes despejem um monte de conteúdo fora de sua realidade. Que dê, realmente, oportunidades a essas pessoas serem melhores no futuro e que não contribuam mais para com os dados estatísticos da violência e sim do crescimento do país.

E você, caro leitor, em que acredita?

sábado, 1 de maio de 2010

A contadora de histórias

Hoje assisti ao filme: O contador de histórias (Warner Bros, 2009)e a história é verdadeira, real, o que me trouxe um pouco de esperança. Para quem ainda não sabe eu sou educadora, trabalho como coordenadora pedagógica em uma escola no extremo sul da cidade de São Paulo, em um bairro periférico, portanto, e localizada no meio de uma favela. Trabalho, então, diretamente com meninos carentes. Carentes? Carentes não, extremamente carentes. Carentes de quê? Carentes de família, carentes de amor, carentes de carinho. Alguns ali já se perderam no meio do mundo hostil no qual eles vivem. No mundo de drogas, crime, roubo, assalto, pedofilia, maus tratos com crianças e adolescentes, no mundo do abuso sexual. Muitos deles por conta dessa carência, não escolheram o caminho ruim, eles foram impulsionados a ir para esse caminho ruim, muitas vezes as pessoas que os devia encaminhar ao caminho bom, é que os leva para o caminho ruim. Muitos deles são garotos sem alguma perspectiva de um futuro decente pelo caminho da honestidade, do trabalho árduo e dos benefícios que eu posso alcançar com o meu trabalho justo e minha atuação na sociedade como um ser humano.
No começo desse ano, alguns professores pediram que eu tivesse uma reunião com alguns alunos que, segundo eles, eram muito indisciplinados e que eles não conseguiam levar a cabo suas aulas por conta da falta de comportamento desses alunos. Eis que organizamos a devida reunião. Mas com alguns alunos eu conversei a sós, um deles em específico me chamou a atenção. É um garoto muito educado, extremamente educado eu diria, em comparação aos outros meninos daquela escola. Conversei com ele sobre o que ele tinha em mente ser quando se formasse, futuramente, na sua vida adulta. Ele simplesmente me respondeu: Não sei. Eu disse que objetivos ele tinha. Mais uma vez ele me respondeu negativamente, que não tinha objetivos na vida. Eu disse: Então por que você está estudando? Ele simplesmente deu de ombros e não falou mais nada. A postura de garotos como esse com o qual tive essa conversa é muito peculiar: olham para baixo, não te encaram, mãos para trás, em sinal de respeito. Por quê? Pois muito já tiveram passagem por alguma instituição de segurança, como a Fundação CASA, e lá é assim que eles têm que mostrar que respeitam as autoridades. Eu pedia insistentemente para que o garoto olhasse nos meus olhos enquanto falava, e assim ele o fez. Não sei se eu consegui sensibilizá-lo para algo. Mas eu sempre perguntava aos professores sobre ele. E eles me respondiam que ele estava um pouco mais calmo e melhor.
Diante dessa minha preocupação com o futuro dos adolescentes que estudam na escola onde sou coordenadora, elaborei um Projeto de Orientação Profissional. De 140 alunos apenas 20 se interessaram, e o que me deixou mais feliz: o garoto com quem conversei, se interessou e veio participar do projeto. A primeira atividade deles foi preencher uma ficha, pela qual eu iria conhecê-los mais um pouco, percebi que ele tem alguma dificuldade de escrita, mas que ele disse que está cursando informática e inglês e que parte do tempo livre dele, ele estuda, que gosta da temática da Astronomia e das Ciências da Natureza.
E o que isso tem a ver com o filme? Como o garoto do filme, que era um menino de rua, pois sua mãe o tinha abandonado na antiga FEBEM e foi recuperado por uma pedagoga, que acreditou nele, e investiu em sua formação. Eu acredito que o garoto da minha escola pode ser um futuro Roberto Carlos Ramos, o garoto retratado no filme, que ser formou em Pedagogia, e hoje é considerado um dos 10 melhores contadores de história do mundo. Eu desejo que o garoto da minha escola seja um Administrador, como ele disse que deseja ser, e eu vou me empenhar para que ele seja. Senão, se eu não fizer isso, minhas convicções e o juramento que fiz na Universidade não valerão de nada, se eu simplesmente fechar meus olhos e achar que tudo está correto. Não vou salvar o mundo, mas se eu salvar um aluno, eu já ganhei algo, meu trabalho já valeu a pena.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Quem paga a conta?


Conversando com algumas amigas e discutindo algumas coisas nos deparamos com a seguinte arguição: Quando você (mulher) é convidada, por um homem, para sair. Quem é que deve pagar a conta? Unanimemente todas concordaram que: quem convida é que tem que pagar a conta. Fiz esta mesma pergunta a dois amigos meus, homens, e eles responderam em uníssono: Quem paga a conta é o homem! E um deles ainda complementou: o cara já tá ganhando com a bela companhia. Pesquisando sobre o assunto encontrei N blogs e artigos discutindo o assunto. No site da revista NOVA, uma revista especializada em público feminino (tenho minhas dúvidas, mas enfim...) encontrei que: Você toma só um refri, ele pede uísque. Por mais independente que seja, tem cabimento rachar a notinha? E digamos que deixe o bonitão bancar o primeiro jantar: é a senha de que topa ir para a cama? Alto lá! Uma garota de atitude não pode (nem deve!) ganhar rugas de preocupação com esse tipo de dilema romântico-financeiro. Nesta mesma matéria foi citada uma pesquisa que foi feita na comunidade de tal revista no Orkut, com esta mesma pergunta que revelou: para 31% das 282 participantes, pega muito mal rachar a nota no primeiro encontro; 17% pensariam que o cara é um pão-duro e 11% consideram uma grosseria. Apenas 23% acham normal, uma vez que somos independentes. Em outro site (wiki.bemsimples.com) encontrei "passos" para elucidar e dirrimir esta dúvida. Ei-los a seguir:
1 - No primeiro encontro: a primeira vez que o casal sai, o ideal é que, quem convida, paga a conta. Como na maioria das vezes é o homem quem convida, acaba até sendo um ato de cavalheirismo. Entretanto, os homens afirmam que as mulheres que se oferecem para rachar a conta ganham alguns pontos no conceito.
2 - A paquera está rolando solta: se o casal está saindo constantemente, não há nada demais em dividir a conta, afinal sempre haverá um dia em que uma das partes estará com a conta bancária mais ou menos gorda. Caso o homem insista em pagar, não há problemas em aceitar, mas não esqueça que além do restaurante há outras despesas, e concentrar todos os gastos em uma das partes pode ficar pesado.
3 - O namoro começou: depois de um tempo com a pessoa já dá para saber a situação financeira e aí cada um pode pagar o que consumiu ou de fato dividir tudo. A maioria das mulheres gostam de dividir as contas, pois estão cada vez mais buscando a independência financeira.
4 - Vai dar casamento: se o casal quer juntar as escovas de dentes, é preciso ter cautela e se programar. As duas partes devem entrar em consenso e poupar dinheiro, de nada adianta a mulher fazer as unhas em casa se o companheiro gasta os tubos de dinheiro em acessórios com o carro e vice-versa, é preciso haver muita sinergia para construir a vida a dois e poupar dinheiro faz parte.

Em pleno século XXI e ainda discutimos questões como essas. Acredito que educação e cavalheirismo cabem em qualquer lugar, não é machismo pagar a conta, mesmo porque geralmente é o homem quem convida a mulher para sair. Mas, se a mulher convidar, ela também pode pagar a conta integralmente. O que há demais? Mas cada pessoa e cada casal tem que achar a sintonia até nessa questão. Creio que o homem, se convidou paga a primeira conta, depois se os encontros tornarem-se mais frequentes, é possível os dois pagarem meio a meio. Ou uma vez um paga, na outra o outro paga e assim caminha a humanidade. E você, leitor, qual sua opinião sobre esta dúvida cruel?

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Amizade

O presente post também não surgiu de nenhuma conversa no msn, ou tópico do Orkut, surgiu de uma frase que li no hotmail de um amigo, a frase que ele postou foi a seguinte: "amizade de verdade eu conto nos dedos de uma mão !!!!!(e sobra dedo)". Ontem enquanto eu não conseguia dormir, devido ao imenso calor que paira sobre São Paulo, eu fiquei pensando nisso. As verdadeiras amizades são poucas e por que será que isto acontece? As pessoas não dão mais valor à amizade? Eu vejo vários conhecidos que não mandam mensagem, não dizem ao menos oi, quando estamos num locus virtual, por exemplo, não dão notícias, não querem saber de você. Tudo bem, são colegas, não têm intimidade com você. Mas e os que têm? Há pessoas que conheço, que já fiquei, que já beijei e que recebo por parte delas o mesmo esquecimento. Será que o problema está comigo? Eu envio recado, mensagem no celular e não recebo resposta alguma. Poderia ao menos darem-se ao luxo de dizer: Não quero mais contato com você! Eu acho que seria mais honesto! Do que eu ficar preocupada e pensando porque será que a pessoa não dá sinal de vida. Eu prefiro uma verdade que doa, no momento em que a ouvir, do que uma mentira, que doa, quando eu descobrir que era mentira. Não sou hipócrita, se gosto, gosto, mato e morro por uma amizade, se não gosto, eu evito até ter contato com a pessoa, pois não vou ficar fingindo gostar de alguém, acho essa atitude desprezível. Portanto, eu quero saber: por que as pessoas não cultivam suas amizades?